"Quem Acusa Tem que Provar": Entenda o Ônus da Prova na Arbitragem e no Judiciário

  • Laleska Lebioda
Publicado dia
24/4/2025
...
de leitura
Atualizado em
24/4/2025
  • Jurídico
  • Processo judicial

"Quem acusa tem que provar". Você certamente já ouviu essa frase, que reflete um princípio fundamental do direito: o ônus da prova. Mas o que isso significa na prática? Quem realmente tem a responsabilidade de apresentar as provas em um processo judicial ou em uma arbitragem? E como essa regra pode impactar diretamente o resultado da sua disputa?

Entender o ônus da prova é crucial, pois não basta apenas ter o direito; é preciso demonstrá-lo. A forma como as provas são apresentadas e por quem, pode definir o sucesso ou o fracasso de uma causa. Na arbitragem, essa dinâmica ganha contornos ainda mais interessantes, oferecendo flexibilidade e eficiência.

Neste artigo, vamos desmistificar o conceito de ônus da prova, explicar suas regras gerais, as exceções e como ele se aplica no contexto ágil e especializado da arbitragem.

1. O que é, afinal, o Ônus da Prova?

O ônus da prova não é uma obrigação de provar, mas sim um encargo. Se a parte que tem o ônus de provar determinado fato não conseguir demonstrá-lo suficientemente, pode perder a causa.

Base Legal: Está definido no Art. 373 do CPC.

Consequência Prática: Se você não conseguir provar aquilo que sustenta seu direito, poderá perder, mesmo tendo razão material.

2. A Regra Geral: Como o Ônus da Prova é Distribuído?

Conforme o CPC, Art. 373:

  • Autor:
    • Deve provar os fatos que constituem seu direito (fatos constitutivos).
    • Exemplo: contrato, prestação de serviço, entrega de produtos.
  • Réu:

Resumo da Distribuição:

  • Autor:
    • Responsabilidade: Provar a base do seu pedido
    • Tipo de Fato: Fato constitutivo
    • Exemplo: Provar existência de contrato
  • Réu:
    • Responsabilidade: Derrubar ou alterar o pedido do autor
    • Tipo de Fato: Impeditivo, modificativo ou extintivo
    • Exemplo: Provar que a dívida já foi paga

3. Quando a Regra Muda: Inversão e Distribuição Dinâmica do Ônus da Prova

Inversão por Lei:

  • Exemplo clássico: Código de Defesa do Consumidor
  • Quando: Parte vulnerável + verossimilhança das alegações
  • Resultado: Fornecedor deve provar que não houve defeito

Distribuição Dinâmica:

Exemplo:

  • Paciente vs. hospital: o hospital pode ter o ônus de demonstrar diligência, por ter acesso a todas as evidências técnicas.

4. E na Arbitragem? Como Funciona o Ônus da Prova?

A arbitragem permite mais flexibilidade que o Judiciário.

  • Autonomia das Partes:
  • Gestão Ativa dos Árbitros:
    • Árbitros podem solicitar provas e aplicar a distribuição dinâmica com mais agilidade.
  • Foco na Eficiência:
    • Provas desnecessárias são evitadas para dar celeridade ao processo.

Exemplo:

  • Disputa societária entre sócios: quem acusa apresenta indícios, e quem detém os documentos tem o ônus de justificar as transações.

5. Ônus da Prova na Arbitragem vs. Processo Judicial: O Que Muda na Prática?

Comparativo Simplificado:

  • Regra Base:
    • Arbitragem: Art. 373 do CPC como referência
    • Judiciário: Art. 373 como norma rígida
  • Flexibilidade:
    • Arbitragem: Alta (ajustável)
    • Judiciário: Baixa
  • Inversão/Dinamização:
    • Arbitragem: Por decisão do árbitro, com base no caso
    • Judiciário: Por decisão do juiz, mais formal
  • Gestão da Prova:
    • Arbitragem: Árbitros ativos
    • Judiciário: Parte depende de formalidades
  • Especialização:
    • Arbitragem: Especialistas técnicos
    • Judiciário: Juiz generalista + perito nomeado
  • Definição das Regras:
    • Arbitragem: Personalizável no início
    • Judiciário: Regido por lei processual

6. Dicas Práticas: Como Lidar com o Ônus da Prova em Qualquer Disputa

  • Identifique Seus Fatos-Chave
  • Colete Provas Desde o Início
  • Tenha Testemunhas Relevantes
  • Antecipe a Necessidade de Perícia
  • Consulte Advogado Especializado
  • Na Arbitragem, Participe da Definição do Procedimento

7. Conclusão: O Ônus da Prova como Fator Decisivo

O ônus da prova é mais do que um conceito jurídico: é um fator decisivo para o desfecho de qualquer disputa. Saber quem deve provar o quê, quando e como pode ser a diferença entre ganhar ou perder uma causa. A arbitragem, com sua flexibilidade, permite adaptar essas regras ao caso concreto, sempre buscando eficiência e justiça.

Tem dúvidas sobre como o ônus da prova se aplicaria em sua disputa específica ou como a arbitragem pode ajudar a resolver seu conflito de forma mais eficaz?

Entre em contato com a Arbitralis – Câmara de Arbitragem. Nossa equipe está pronta para orientá-lo.

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