Advogados de todos os perfis têm buscado a prática de marketing jurídico, cada vez mais difundida entre escritórios de advocacia brasileiros.
Há os advogados que buscam uma assessoria especializada e também aqueles que decidem aventurar-se por conta própria. Ambas as alternativas são factíveis. A premissa, em todas elas, é conhecer a fundo a regulamentação da atividade e estar sempre antenado às novas práticas de mercado e tecnologias possíveis.
Afinal, o que é o marketing jurídico?
O marketing jurídico é o conjunto de práticas voltadas à construção de reputação percebida e imagem de advogados e escritórios de advocacia perante seus stakeholders. Trata-se de uma prática multidisciplinar, que contempla conhecimentos em branding, design, comunicação institucional, marketing de relacionamento, marketing digital, conceitos de inbound e outbound marketing, pesquisa de mercado e mais.
O marketing jurídico é regulamentado pelo Código de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil e o Provimento 205, publicado pela OAB em 2021.
Como iniciar o marketing jurídico?
Desenhar uma estratégia e operações de marketing jurídico é uma tarefa com peculiaridades inerentes ao perfil do advogado e seu estágio profissional.
Em todo caso, a criação de uma marca para o escritório de advocacia referido é muito importante. A marca é uma premissa para a construção de uma imagem profissional, a começar por uma logo e um manual de marca, chamado também de key visual ou brand kit, para permear todas as comunicações possíveis – petições, site, cartão de visita digital e imprensa, assinatura de e-mail, avatares de rede social e mais.
É natural que um advogado em início de carreira, ou com um escritório ainda com poucos membros, precise fazer sua comunicação chegar mais longe e investir em uma estratégia de ‘topo de funil de marketing’. Portanto, pode priorizar as ações que a OAB chama de ‘publicidade ativa’. Ou seja, ações que permitam o impacto a um número indeterminado de pessoas, como anúncios no Instagram e Facebook, por meio do Gerenciador de Anúncios do Meta Ads, do Google Ads, do LinkedIn Ads e do TikTok. Também pode trabalhar vídeos orgânicos em plataformas como Reels e Youtube, e produzir conteúdo de qualidade que favoreça a prática de Search Engine Optimization (SEO), por meio de blog.
Naturalmente, essa é uma prática de tráfego pago, chamada também de impulsionamento, é relevante para qualquer perfil de escritório de advocacia, mas especialmente para aqueles em estágio inicial de formação de relacionamentos e posicionamento de mercado.
Para escritórios de advocacia que já têm uma trajetória relevante, mas que nunca iniciaram no marketing jurídico, um bom início na atividade se dá por meio de análise de dados e informações de performance inerentes ao status da sociedade, como origem e volume do tráfego no site, perfil dos clientes atuais e clientes anteriores (track record),contatos disponíveis que podem iniciar uma base de leads e nível de satisfação dos clientes recentes, por meio, por exemplo, de uma pesquisa de Net-Promoter Score (NPS).
Assim, é possível construir um diagnóstico de marketing a partir de uma matriz SWOT, elencando forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, que podem ajudar o escritório a traçar objetivos e um planejamento estratégico diante de tantas possibilidades de marketing jurídico.
Como evoluir minha estratégia de marketing jurídico?
Existem sinais que indicam a hora de revisitar a estratégia eas práticas de marketing jurídico. Um dos mais evidentes é a estagnação ou redução de métricas de performance, como engajamento nas redes sociais, número de seguidores, número de leads gerados, posicionamento em rankings jurídicos e tráfego no site.
Por isso, o acompanhamento de resultados é fundamental. Profissionais à frente a estratégia de marketing jurídico precisam monitorar o desempenho das principais KPI’s e levar recomendações ao advogado ao tomador de decisão do escritório de advocacia, a fim de revisitar conceitos e retomar o crescimento de métricas.
Nesta fase de reavaliação de marketing, é fundamental o emprego da prática chamada de ‘teste A/B’. Trata-se de testar modelos ‘beta’ de templates, copy de rede social, formas de se comunicar e usar tons de voz, tipos de ‘call to action’ e mais. Assim é possível comparar resultados e encontrar o caminho de melhor performance para o escritório, utilizando a mentalidade chamada‘ growth marketing’.
Qual formação é necessária para atuar no marketing jurídico?
Por ser uma prática multidisciplinar, muitos profissionais podem atuar no marketing jurídico. Advogados, naturalmente, jornalistas, designers, publicitários, profissionais de administração e marketing estão entre os especialistas mais recorrentes no mercado.
Importante compreender, contudo, que nenhum profissional é capaz de conhecer a fundo todas as especialidades envolvidas e, por isso, é muito importante sempre que necessário acionar uma equipe especializada e completa. Ou realizar benchmarking com profissionais com habilidades complementares.
Quais resultados posso esperar do marketing jurídico?
Há resultados tangíveis e intangíveis como produto do marketing jurídico.
Dentre os aspectos subjetivos, os destaques são para a reputação percebida, a autoridade de marca e a melhoria da qualidade de imagem, que são fatores fundamentais para a atuação do advogado ser conhecida, tornando-o uma opção de escolha para o cliente. Além disso, são fatores que impactam diretamente na percepção do cliente referente a níveis de honorários e confiança percebida.
Os aspectos mensuráveis são inerentes a número de leads, taxas de abertura e cliques em e-mail’s, taxas de engajamento nas redes sociais, número de oportunidades identificadas, números de convidados presentes em eventos, número de publicações espontâneas em imprensa e indicadores de tráfego.
Quando envolve o tráfego pago, ou a publicidade ativa, no jargão da OAB, outros indicadores entram em questão, como o Custo por Clique (CPC), a taxa de conversão, o número de impressões, o Click Through Rate (CTR), entre outras métricas específicas para cada plataforma.
Quais são os limites do marketing jurídico?
O Código de Ética da OAB e o Provimento 205/2021 estabelecem diversos limites à prática do marketing jurídico. A maioria delas é referente à não mercantilização da advocacia. Ou seja, não é permitida qualquer tipo de publicidade ligada a valor de honorários, ao incentivo à litigância, à venda expressa de serviços ou ao oferecimento de advocacia gratuita.
Além disso, novas decisões dos tribunais de ética têm esclarecido lacunas inerentes ao marketing digital, por exemplo, sobre o uso de links de WhatsApp como call to action de anúncios, que tem sido percebido deforma controversa.
Na dúvida, consulte um especialista em marketing jurídico para garantir boa performance e evitar infrações às regras.
O marketing jurídico é essencial para que o advogado escale no negócio.
Mas, lembre-se — levar resultados para o cliente e fazê-lo feliz é a melhor ação de marketing que há.
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