A jurimetria, combinando métodos estatísticos e tecnológicos com a prática jurídica, é protagonista de uma grande mudança no Direito, em departamentos jurídicos de empresas e escritórios de advocacia.
Ela está redefinindo como advogados, juízes e outros operadores do Direito interpretam, preveem e tomam decisões.
O Direito, neste contexto, tradicionalmente baseado em princípios normativos e na interpretação subjetiva de textos legais, passa por uma transformação digital única e profunda, sobretudo impulsionada pela inteligência artificial (IA).
Mas, afinal, é possível aplicar a jurimetria à arbitragem? Como a IA tem impulsionado essa prática?
Respondemos essas e outras questões a seguir.
O que é jurimetria, para começar?
Jurimetria, em sua essência, é a aplicação de métodos quantitativos ao estudo do Direito. Ao invés de se basear apenas na interpretação subjetiva das leis, a jurimetria utiliza dados históricos, precedentes judiciais, estatísticas e análises preditivas para compreender e prever comportamentos jurídicos, como caminhos possíveis que magistrados podem definirem disputas judiciais.
Ela permite, por exemplo, identificar padrões em decisões jurídicas, calcular a probabilidade de sucesso em ações específicas, e otimizar estratégias jurídicas com base em evidências empíricas.
No Brasil, a prática é representada pela Associação Brasileira de Jurimetria (ABJ), que levanta subsídios empíricos e dados para elaboração de políticas públicas.
Qual é a história da jurimetria?
A história da jurimetria começa com o reconhecimento da importância da quantificação no Direito, mas seu desenvolvimento acelerou significativamente no século XX.
Muito se fala que a primeira menção ao termo ocorreu em 1949, em artigo assinado pelo advogado Lee Loevingar, no Minnesota Law Review, com o nome de ‘Jurimetrics: The Next Step Forward’. Nos Estados Unidos, então, o movimento do Realismo Jurídico das décadas de 1950 e 1960 incentivou o uso de métodos empíricos no estudo do Direito, culminando na publicação de outras obras tidas com fundamentais para este campo do conhecimento, como "Jurimetrics:The Methodology of Legal Inquiry".
A partir dos anos 1980 e 1990, a jurimetria começou a se expandir globalmente, beneficiada pelo avanço tecnológico e pela crescente disponibilidade de dados. No Brasil, essa área ganhou visibilidade a partir dos anos 2000, com o uso de big data e inteligência artificial para análise jurídica.
Atualmente, diversas plataformas de inteligência artificial permitem o acesso à jurimetria, por empresas, como aliada de business intelligence (BI) de empresas, concedendo vantagens competitivas a elas. Legaltechs, ou lawtechs, têm lançado cada vez mais softwares jurídicos especializados no assunto, provendo cada vez mais soluções para gestão da jurimetria e acesso a pesquisa jurisprudencial.
Como escritórios de advocacia têm usado a jurimetria?
Os escritórios de advocacia têm sido grandes beneficiários da jurimetria, utilizando-a de várias maneiras para aprimorar suas práticas e estratégias. Entre as principais aplicações estão:
Como aplicar a jurimetria à arbitragem?
A arbitragem, com sua ênfase na confidencialidade, oferece desafios, também oportunidades para a aplicação da jurimetria. Embora o acesso a decisões arbitrais seja mais limitado, devido ao perfil sigiloso das disputas arbitrais, sem acesso ao público, a jurimetria ainda pode ser aplicada da seguinte maneira:
Como a inteligência artificial tem impactado a jurimetria?
A inteligência artificial (IA) está transformando a jurimetria, elevando-a a novos patamares de precisão e eficiência. Com a IA, é possível automatizar a coleta e análise de grandes volumes de dados jurídicos, identificar padrões complexos e prever resultados com alto grau de assertividade. Entre as principais contribuições da IA para a jurimetria estão:
Desafios da jurimetria
Embora a jurimetria e a IA tragam muitos benefícios, também apresentam desafios, especialmente em relação à transparência, privacidade e possíveis vieses nos algoritmos. É crucial que o uso dessas tecnologias seja conduzido com responsabilidade, garantindo que os dados sejam tratados de maneira ética e que os resultados das análises sejam utilizados para promover ajustiça, e não para perpetuar desigualdades.
À medida que a tecnologia continua a evoluir, a jurimetria provavelmente se tornará ainda mais central na prática do Direito, oferecendo oportunidades para uma advocacia mais informada, eficiente e justa.
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